A palavra Minas


"Só mineiros sabem, e não dizem nem a si mesmos o irrevelável segredo chamado Minas". ( Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Poema

Atores
Para o Lauro César Muniz

Vivam todos os atores
Os pequenos e os maiores
Os do palco e os das ruas
Saltando nas pedras nuas
Os que fazem estátua viva
Garantindo a sua vida
Os de cine e de TV
A quem todo mundo vê
E a quem todo mundo nega
(no meio da noite cega
sonhando com seus abraços)
vivam também os palhaços
ventríloquos e acrobatas
gente de todas as datas
e de todas as origens :
machos, lindos, putas, virgens.
Vivam todas as atrizes
As cômicas e as infelizes
Vivam as que não são nada
E também as aclamadas
Vivam as que eu pude amar
E as que morreram no mar
As mais bonitas e as feias
Que ganharam as platéias
Como Fernanda, a senhora
A quem todo mundo adora
Como Cacilda, a rainha
Que deu tudo quanto tinha
E mais: a vida e seu fim.

Os atores são assim.

Renata Pallottini

domingo, 23 de outubro de 2011

Arte e Educação

Ontem tive o prazer de ver um programa no canal cultura, que falava sobre arte nas escolas, enfocando a literatura. Foi mostrada uma entrevista com Bartolomeu Campos de Queiroz, escritor mineiro, como também depoimentos de educadores de todo o Brasil, que moram e trabalham em lugares muito pobres. Todos eles falavam de iniciativas próprias, já que não há incentivo por parte das autoridades.
Bartolomeu falou de fantasia. Que é fundamental que a escola trabalhe a fantasia da criança, crie oportunidades pra ela expressar seus sentimentos e idéias, ao invés de ficar presa a números e regras. Que toda a realidade, um dia foi fantasia, e ele cita o sonho de voar, de Santos Dumont.
Todos os depoimentos dos educadores falavam de experiências extremamente positivas, de como ajudaram seus alunos a desenvolverem-se através da leitura, e os depoimentos dos alunos revelam esse desenvolvimento, e o gosto que adquiriram pela leitura e que desejam passar para frente.
A arte sempre foi reveladora da cultura de um povo, de seu jeito de viver, de seus valores e conduta, sua vida social e política. É pena que o acesso à arte esteja erroneamente ligada à condição econômica, e que não haja um real interesse do poder público em incentivá-la nas escolas, oferecendo os recursos para isso. Sabemos, através das iniciativas privadas, o quanto isso é fundamental para o desenvolvimento de um povo. Cabe a nós artistas e futuros arte educadores, conscientes que estamos desse problema, desempenhar nosso papel de multiplicadores da arte.